A União Europeia propõe considerar a energia nuclear como uma energia verde

A Europa estabeleceu um ambicioso programa de descarbonização energética. Tornar-se verde é mais complexo do que pode parecer à primeira vista. Com quase 450 milhões de pessoas vivendo no território da União Européia, é preciso buscar novos caminhos para a criação de energia sustentável e limpa. Por isso, a Comissão Europeia propôs classificar a energia nuclear como verde, abrindo assim um debate que parecia encerrado há anos.

Segundo a Agência Europeia do Ambiente, o cidadão europeu médio consome em média 27 MWh por ano, valor que se tem mantido estável ao longo dos últimos anos. Porém, Analistas estimam que, com vista aos próximos anos letivos, a procura de energia pode aumentar antes da explosão de maior mobilidade elétrica, bem como por questões diversas. As energias renováveis ​​têm cada vez mais peso no mix energético, mas não se pode depender delas dada a sua variabilidade.

A proposta de Bruxelas propõe dar o certificado de energia “verde” a todos os que substituem o carvão e emitem menos de 270 gramas de CO2 por kW/h. De acordo com a minuta, com essa qualificação, as licenças de construção poderão ser obtidas até 2030, desde que haja um plano de mudança para energia de baixa emissão antes do final de 2035. Dessa forma, a energia nuclear pode ser considerada limpa e sustentável.

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A Espanha discorda.

Obviamente, a proposta também inclui alguns requisitos relativos ao uso e reciclagem dos combustíveis utilizados durante o processo de geração de energia. Tanto que se propõe que as usinas que obtiverem licenças até 2045 devem atender a uma série de condições muito rígidas para evitar danos significativos ao meio ambiente e aos aquíferos na área onde estão instalados. Uma obrigação que hoje já é respeitada.

O carvão é uma das principais fontes de produção de energia na Europa. A Alemanha é um dos maiores consumidores do mundo e, apesar de ser um país muito atento à transição energética, tem desconfiado muito da nova consideração da energia nuclear como energia limpa e sustentável. A Espanha é outro dos países que já demonstrou o seu descontentamento com a medida já que está localizado frontalmente com a estratégia de fechamento das usinas nucleares que vem sendo proposta há anos.

Os Estados-Membros e a Plataforma de Finanças Sustentáveis ​​têm até 12 de janeiro para tomar uma decisão sobre a proposta da União Europeia. Em seguida, a câmara parlamentar preparará uma lei delegada que será enviada aos países e ao Parlamento Europeu para análise e debate. São meses muito agitados nesse sentido, mas é claro que a Europa deve buscar fontes alternativas e complementares às fontes renováveis ​​de energia se pretende alcançar a neutralidade total de emissões até 2050.