Airbus poderia construir seus próprios motores para aviões movidos a hidrogênio

O mundo da aeronáutica está lubrificando as máquinas antes de dar o salto para o desenvolvimento de ‘emissões zero’. É uma das empresas que, a priori, parece estar a liderar esta mudança de rumo a par de muitas outras que já dominam o setor. Agora, em declarações recentes ao jornal alemão Welt am Sonntag Por parte do CEO deste fabricante aeronáutico, manifestou o seu interesse em integrar hidrogénio nos seus aviões e, para isso, Eles já estão imersos no desenvolvimento de toda a mecânica necessária para realizá-lo.

Segundo Guillaume Faury, CEO da Airbus, ainda há um longo caminho a percorrer no projeto de descarbonização de aeronaves usando a célula de combustível de hidrogênio, então eles não esperam poder operar abertamente com eles até o ano de 2035. Num plano inicial de desenvolvimento destes aviões, os executivos da Airbus colocaram em cima da mesa a possibilidade de adquirir estes motores a um fabricante especializado, mas nas declarações do próprio CEO assumiu uma possível “mudança de estratégia” em referência ao facto de serem estudando a possibilidade de construir seus próprios motores de hidrogênio.

Faury também teve palavras para explicar que o hidrogênio tem uma densidade de energia três vezes maior que a do querosene (actualmente o combustível mais utilizado na aviação), pelo que seria uma escolha acertada optar por ele, visto que parece ser feito tecnicamente para ser utilizado na aeronáutica. “É algo que basicamente poderíamos fazer nós mesmos”, diz Faury, assumindo a possibilidade de não ter fabricantes externos.

Durante a primeira fase de desenvolvimento, foi decidido que o uso de hidrogênio é combinado em 50% com combustíveis sustentáveis ​​especialmente projetados para a aviação. Isso significará uma redução no número de emissões de CO2 de até 90% se compararmos com o uso dos atuais combustíveis fósseis. O maior desafio para iniciar o uso dessa combinação é a falta de disponibilidade dos mencionados combustíveis sustentáveis, dos quais ainda não estaria disponível em quantidade suficiente.

Atualmente, conforme especificado pelo diretor da Airbus, a descarbonização tornou-se um dos passos prioritários para a indústria da aviação, já que o avião é declarado o verdadeiro transporte do futuro. Durante a Cúpula Européia de Toulouse, Faury argumentou que esse setor precisaria de apoio estatal e regulatório significativo para tornar esse objetivo possível.

Embora Faury já tenha apontado 2035 como o ano-alvo para esse projeto de descarbonização como uma data justa e realista, certamente poderíamos ver grandes avanços nesse sentido alguns anos antes, inclusive tendo em serviço a primeira aeronave de transporte com esse tipo de motor. No entanto, o gestor prefere ser cauteloso e apontar para uma data bem mais confiável. Ele também expressou seu entusiasmo pelo novo setor que se abre diante deles e pela possibilidade de que em alguns anos essas novas aeronaves substituam as atuais no médio e longo curso.